segunda-feira, 22 de junho de 2009

ERA URSO?



"– Calma, meu filho... Sei que você não é urso. Faça a barba, tome banho, troque de roupa e vá trabalhar."


ERA URSO? De Frank Tashlin Texto em português de Esdras do Nascimento O que fazer quando você acha que é uma coisa e todo mundo acha outra? Pois é... nessa história um urso vai parar em uma fábrica e as pessoas insistem que ele é só um cara que se esqueceu de fazer a barba! Até o pobrezinho acabou acreditando nisso. Uma história para fazer a cabeça pensar. Editora: Ediouro
Postado por Cíntia G. Souza

DINÂMICAS



FINALIDADE DA APLICAÇÃO

A Técnica deve estar sempre associada ao objetivo da reunião. Deve haver absoluta sintonia entre o tema central e a atividade desenvolvida, sem o que o grupo pode sentir, e com razão, que se trata de desperdício de tempo.

Não se deve começar dizendo, por exemplo: “Vamos fazer uma técnica...”. Deve-se criar um ambiente fora do contexto do treinamento, jogando o clima do grupo para o terreno da imaginação. Começa-se com uma correlação com algum momento descontraído, ou com uma situação imaginária. Por exemplo: “Quem gosta de ir ao estádio ver futebol?”. A partir daí, puxa-se a conversa, comentando o quanto é bonito ver a torcida fazendo a “ola”. Em seguida, propõe-se o desafio para o grupo de fazermos a “ola” entre nós. O objetivo é não correlacionar com a reunião, jogando o clima mental do grupo para uma utilização do hemisfério direito do cérebro, que é responsável pela criatividade, espontaneidade e ludicidade do nosso comportamento.

Depois da atividade deve-se deixar o grupo falar, sem o que se mata todo o fruto da experiência. É importante elaborar algumas perguntas que permitam a todos extravasarem seus sentimentos, de realização ou de frustração, para somente depois começar a correlacionar a experiência com a realidade do nosso dia-a-dia profissional.

A contextualização com a realidade deve ser obtida do próprio grupo, através de perguntas previamente elaboradas. As afirmações feitas pelo coordenador não possuem a mesma força que as descobertas realizadas pelo grupo. Por outro lado, se o grupo não percebeu algum aspecto interessante do ponto de vista do coordenador, de nada adianta ressaltar esse aspecto, pois isso não aconteceu do ponto de vista do grupo. O coordenador deve desenvolver a habilidade de explorar ao máximo as conclusões do grupo e não o seu ponto de vista.

1. BALÃO FURADO

OBJETIVO:
Capacidade de negociação.

CENÁRIO:
Você foi convidado com mais 4 amigos para uma viagem num balão, mas no meio da viagem uma falha do equipamento faz com que o balão comece a cair. Para que o balão não caia e todos morram, apenas duas pessoas podem ficar no balão.

DESENVOLVIMENTO:
1 O grupo deve escolher um líder para coordenar os trabalhos no balão.
2 Em dez minutos o grupo deve escolher quem serão os dois sobreviventes.

PROCESSAMENTO:
Conversar sobre o processo de escolha do líder e sobre a escolha dos dois sobreviventes. Dar oportunidade para que cada pessoa fale sobre seus argumentos

MATERIAL:
Nenhum.

2. BRIGA DE GALO

OBJETIVO:

CENÁRIO:

DESENVOLVIMENTO:
1 Pedir ao grupo dois voluntários para a brincadeira.
2 Colocar nas costas de um deles um papel com a palavra “briga”, e nas do outro um papel com a expressão “de galo” (sem que eles saibam o que está escrito nas costas um do outro).
3 Eles deverão esforçar-se para descobrir o que está escrito nas costas do companheiro, sem deixar que este veja o que está escrito nas suas costas e sem utilizar as mãos que deverão estar cruzadas para trás. Observa-se que os efeitos são idênticos a uma briga de galo.

MATERIAL:
Dois cartazes, com as inscrições: “Briga” e “de galo”.

3. CAÇA x caçador

OBJETIVO:
Fortalecimento do espírito de grupo, união, garra da equipe
CENÁRIO:

DESENVOLVIMENTO:
1 Formar duplas, que deverão se espalhar pelo espaço disponível, outras duas pessoas serão a caça e o caçador.
2 A caça deverá ter algo que a identifique (uma bexiga, chapéu, etc) e inicialmente ficará num extremo do espaço disponível, o mais distante possível do caçador.
3 Ao sinal, o caçador tentará “pegar” a caça, que será protegida pelo grupo, que poderão se deslocar (sempre em duplas) para dificultar a aproximação do caçador à caça.
4 Ao novo sinal, as duplas deverão permutar-se entre si, momento em que a caça deverá passar o identificador (chapéu, bexiga, etc) para alguém sozinho, pegando uma dupla para si.

PROCESSAMENTO:
Deixe o grupo comentar sobre o momento vivido e contextualize para a realidade do dia a dia.

MATERIAL:
Chapéu, bexiga ou qualquer outro material que possa identificar a caça.

4. CADEIRA VAZIA

OBJETIVO:

CENÁRIO:

DESENVOLVIMENTO:
1. O animador colocará tantas cadeiras quantas forem as pessoas que participam do brinquedo e mais uma cadeira.
2. Todos os presentes receberão um número.
3. A pessoa sentada à esquerda da cadeira vazia inicia, dizendo: “A cadeira da minha direita está vazia para o número tal”, e chama por um número que corresponde a uma pessoa presente.
4. A pessoa com o número que acaba de ser chamado levanta-se imediatamente e vai sentar-se na cadeira vazia.
5. Ao levantar-se, a pessoa sentada à sua esquerda continua o brinquedo, dizendo: “A cadeira de minha direita está vazia para o número tal”, chamando outro número, podendo ser o número da pessoa que acaba de levantar-se.
6. O animador anotará o nome das pessoas distraídas ou que interrompem a continuidade do brinquedo.
7. Enquanto houver interesse prossegue o jogo.
8. Finalmente, o animador dirá os nomes das pessoas que estiverem distraídas, que deverão pagar uma prenda.

PROCESSAMENTO:

MATERIAL:

5. CAIXINHA DE SURPRESAS

OBJETIVO:

CENÁRIO:

DESENVOLVIMENTO:
1. Prepara-se uma caixinha com tarefas engraçadas, fechando-a bem.
2. Colocam-se os participantes do grupo sentados em circulo.
3. A caixinha deverá circular de mão em mão até um sinal dado, ou ao som de uma música, que para subitamente.
4. Aquele que estiver com a caixinha no momento em que é dado o sinal, ou em que a música para, deverá tirar da caixinha uma papeleta e executar a tarefa prescrita.
5. A brincadeira continua enquanto houver papeletas na caixinha.

Postado por Keyla Lellis

Os Desafios Enfrentados na Contemporaneidade e as Perspectivas da Construção de Uma Educação Libertadora




Muitos são os desafios enfrentados na contemporaneidade. As mudanças sociais que ocorrem atualmente têm conseqüências e efeitos diferenciados entre várias gerações.
A infância enquanto categoria social geracional, sofre essas conseqüências de modo particular. Um dos desafios maiores é o fato de que ela está cada vez mais virtualizada. Devido ao fato da tecnologia atingir os anseios das crianças, surge o que Richard Thieme chama de homo zappiens, ou seja a geração digital, que já nasce em um contexto em que as informações estão disponíveis a quase todas as pessoas. Porém essa geração considera a escola muito monótona e o conteúdo é ensinado de maneira que não atinge o interesse da criança.
Como afirma THIEME,
Além da questão do conteúdo, as salas de aulass feitas de “giz e voz” não são interessantes para o homo zappiens. São aulas que contrastam muito com o seu modo de ser. O contraste é muito grande para com a sua vida fora da escola, em que ele tem controle sobre as coisas, há conectividade, média, ação imersão e redes. Como aprendiz na escola, ele se sente forçado a ser passivo e a ouvir o que o professor explica. (p.47)
[1]

Isso também mostra que a geração atual já nasce sendo induzida a consumir, a comprar mais do que precisa através da exposição que tem às informações.
Essa tendência é provocada pelo neoliberalismo no qual as pessoas são consumistas e competidoras, tudo em busca do lucro. E por falar em lucro pode-se destacar o efeito causado na sociedade.
APPLE em seu texto Consumindo o outro: Branquidade, educação e batatas fritas baratas
[2], mostra a riqueza de poucos contrapondo a miséria de milhões. Enquanto os poucos ricos buscam a lucratividade a qualquer preço, estão “retirando pessoas da terra, causando sua ida para as favelas e negando a seus filhos cuidados médicos e escolas” (p.37).
Frei Beto
[3] também afirma sobre os desafios da contemporaneidade, “o neoliberalismo mercantilizou serviços essenciais como, os sistemas de saúde e educação, fornecimento de água e energia”.
O neoliberalismo transformou tudo em um grande mercado. Nem mesmo a saúde e a educação foram preservadas de serem usadas como meios de enriquecimento.
No que tange a educação pode-se ver que até mesmo os países de primeiro mundo passaram a avaliar as escolas a partir daquilo que elas produzem, fato este que vem ameaçando de extinção os cursos pedagógicos, tudo em nome da especificidade da área de conhecimento, ou seja, do domínio dos conteúdos específicos. Pois assim, a educação deverá se manter ligada aos interesses do sistema.
Assim, a política implantada como salvação do mundo trouxe muitas conseqüências sociais, políticas e culturais. O resultado dessa concentração de riquezas nas mãos dos poderosos, tem causado o crescimento do desemprego e consequentemente o analfabetismo.

Na América Latina temos mais de 75 milhões de crianças incapacitadas para o estudo hoje e para o trabalho amanhã. Das crianças latino americanas que conseguem chegar à escola, de cada 10 apenas 5,5 chegam ao final da quarta série. (GARCIA, p.154)
[4]

E isso gera ainda a exclusão e marginalização dessas pessoas analfabetas e semi-analfabetas na sociedade.
O que parece irônico é que enquanto a sociedade sofre essas conseqüências o discurso neoliberal enfatiza a todo tempo a importância de uma escola de qualidade. “Isso porque é indispensável que a educação atenda aos objetivos empresariais de preparação adequada para o trabalho com vistas à competitividade do mercado internacional”(GARCIA, p.161).
Desta forma o neoliberalismo vem privatizando o conhecimento. O que prepara as pessoas para se enquadrarem em seus padrões, deixando de ser questionadoras e agentes do mundo que estão inseridas, mas apenas concordantes do que lhes é imposto.

No Brasil a grande maioria é preparada para, sendo analfabeta, torna-se mais vulnerável à manipulação da televisão, e ver condenada às piores oportunidades de trabalho, quando chega a conseguir emprego, pois hoje a maioria dos analfabetos se coloca no subemprego ou destinada ao desemprego. (GARCIA, p. 167)

E isso é o principal fator que vem impedindo as pessoas de serem sujeitos do conhecimento e as têm tornado meros ouvintes.
É preciso romper com esse sistema injusto do qual uns são vistos como menos incapazes e com menos mérito que outros.
Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia mostra que a educação pode romper com esse pensamento que aprisiona e rotula ao invés de libertar. Mas para isso é preciso desenvolver os saberes necessários à prática educativa e transformar a escola no principal lugar onde as pessoas aprendem a ser sujeitos de sua própria realidade e atuantes no mundo em que vivem.
Os saberes apresentados por Paulo Freire mostram que uma educação libertadora começa com uma nova postura, na qual o educador deve primeiro se qualificar e tornar-se um pesquisador. Alguém que investigue as necessidades do contexto sociocultural e educacional a fim de entender qual o método eficaz para tornar os educandos sujeitos de sua aprendizagem. Reconhecer-se como seres inacabados e ensinar pelo exemplo, também são fatores essenciais para o educador, isso é ter coerência entre o discurso e a ação com o intuito de levar outros a terem o mesmo comportamento e não serem incongruentes.
Outro saber necessário à prática educativa é promover a autonomia do educando, despertando-lhe a curiosidade, ensinando de maneira que motive o interesse pelo que é transmitido e tenha plena compreensão do conhecimento.
Paulo Freire deixou, com certeza um legado enriquecido de valores e princípios que devem ser seguidos na educação em qualquer época. São princípios que jamais envelhecerão. Mas Paulo Freire também quis deixar uma proposta para que, em qualquer tempo, os educadores, pudessem refletir e analisar as necessidades e desafios de acordo com a cultura, o lugar e momento, e buscassem um método educacional eficaz para a sua época, que fosse capaz de não apenas informar, mas transformar.
Dentro da temática proposta em Seminário Interdisciplinar III, pode-se afirmar que as disciplinas interagiram com o tema e objetivaram trazer aos alunos um preparo e qualificação maior para a docência. Dentre as disciplinas, pode-se citar os desafios da educação infantil apresentados na disciplina de Fundamentos da Educação Infantil; a criatividade sugerida em Arte e Educação; os esclarecimentos da Educação de Jovens e Adultos; a didática e recursos audiovisuais da disciplina de Cultura Midiática e Educação, enfim, muitos outros conhecimentos e experiências adquiridas em sala de aula e também no estágio nas escolas.
Assim, o conteúdo estudado com terceiro período de Pedagogia, foi relevante, promovendo a reflexão, discussão em debates e o preparo teórico e prático a fim de buscar uma educação que faça a diferença em nossa geração, que rompa com os prejuízos causados por um sistema egoísta que visa apenas o enriquecimento de poucos enquanto muitos estão sendo excluídos até mesmo privados de serem agentes transformadores do mundo em que vivem. Como Paulo Freire disse: “é difícil, mas não é impossível!” Portanto, é necessário que, como educadores, façamos o melhor.

Referências Bibliográficas

· COSTA, Marisa Vorraber. Escola Básica na Virada do Século – Cultura, Política e Currículo. 3ª edição. Ed. Cortez
· THIEME, Richard. Conhecendo o Homo Zappiens.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Um novo olhar para a Educação

Freire introduz Pedagogia da autonomia explicando suas razões para analisar a prática pedagógica do professor em relação à autonomia de ser e de saber do educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. Define essa postura como ética e defende a idéia de que o educador deve buscar essa ética, a qual chama de "ética universal do ser humano"(p. 16), essencial para o trabalho docente.Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como sujeitos éticos (...) É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar . Devemos formar cidadão capazes criticos,mostrando a cada aluno realidade do lado de fora das paredes. Quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Dessa forma, deixa claro que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de aluno.
Segue sua análise colocando como absolutamente necessário o rigor metódico e intelectual que o educador deve desenvolver em si próprio, como pesquisador, sujeito curioso, que busca o saber e o assimila de uma forma crítica, não ingênua, com questionamentos, e orienta seus educando a seguirem também essa linha metodológica de estudar e entender o mundo, relacionando os conhecimentos adquiridos com a realidade de sua vida, sua cidade, seu meio social. Afirma que "não há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino" (p. 32). Esse pesquisar, buscar e compreender criticamente só ocorrerá se o professor souber pensar.

O professor que pensa certo deixa transparecer aos educando que uma das bonitezas de nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo (...) Ensinar, aprender e pesquisar lidam com dois momentos: o em que se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente .Ensinar, para Freire, requer aceitar os riscos do desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação que separe as pessoas em raça, classes... É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto há sempre possibilidades de interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando.
O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros (...) O professor que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legítima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.
Faz-se necessário, portanto, que se proporcionem momentos para experiências, para buscas. O professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas momentos de liberdade para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus alunos. Para tanto, é preciso querer bem, gostar do trabalho e do educando. Não com um gostar ou um querer bem ingênuo, que permite atitudes erradas e não impõe limites, ou que sente pena da situação de menos experiente do aluno, ou ainda que deixe tudo como está que o tempo resolve, mas um querer bem pelo ser humano em desenvolvimento que está ao seu lado, a ponto de dedicar-se, de doar-se e de trocar experiências, e um gostar de aprender e de incentivar a aprendizagem, um sentir prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento.
Algumas relações que nunca podem ser desenlaçadas, para que a pedagogia da autonomia seja aplicável: ensino dos conteúdos com formação ética dos educando, prática com teoria, ignorância com saber (seja de educador ou educando), autoridade com liberdade, respeito ao professor com respeito ao aluno, ensinar com aprender. Todas elas devem ser respeitadas e tratadas com responsabilidade. Aspectos políticos também sempre devem ser levados em conta.
Postado de Gelziane Pereira Fonseca

CRÍTICA À ESCOLA ATUAL POR GABRIEL, O PENSADOR


O rapper Gabriel, O pensador em sua música "Estudo errado", faz uma crítica a educação atual, pela questão da escola utilizar a decoreba como forma de memorização. Gabriel não acredita que essa seria a melhor forma de o aluno aprender, ele aponta a falta de sentido que a escola trata de temas, que nada dizem aos jovens, silenciando sobre questões que a eles parecem nodais.
Mas, ele ainda acredita "no poder de mudança da escola", ele cobra e acredita que a escola deve se tornar interessante, respodendo aos interesses e necessidades dos jovens, que deseja compreender e interferir no mundo em que vive. Ele sabe a importância potencial da escola e não se conforma que este potencial não se atualize; pois "o estudo é coisa boa". A decoreba está muito presente ainda nas escolas atuais e não levam nossos alunos à nada, não os formam alunos críticos e criativos, os levam apenas á decorar para tirar nota boa nas provas, mas depois da mesma eles não se lembram mais do que foi ensinado.
As escolas não se atualizam, elas continuam utilizando os mesmos conteúdos que foram dados até mesmo para os nossos pais, e com materiais as vezes inúteis que não levam os alunos a se interessarem pela escola, por não estar dentro da realidade e dos interesse das crianças.


postado por: Josiane Gontijo

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Video do Gabriel o Pensador sobre a educação

Estudo ERRADO

“Escola de ontem, escola de hoje”: dilemas e desafios da educação contemporânea.

Prof. MS.João Beauclair

Este texto é uma síntese de minha participação, como convidado, na Ciranda de Opiniões do II Congresso Educacional de Bebedouro, São Paulo, ocorrido entre os dias 3, 4 e 5 de setembro de 2005 , cuja proposta era a de unir alguns pensamentos em torno da questão da função da escola no tempo presente. Num mundo repleto de transformações, a escola se insere como elemento essencial aos processos de percepção e assimilação da herança cultural acumulada pela humanidade ao longo de sua evolutiva trajetória. É inegável que a escola enquanto tempoespaço cotidiano possui importante função social e, ainda, o quanto há para transformar, melhorar e fazer. Sem a pretensão de fazer um histórico sobre o seu papel na sociedade humana, lanço aqui um olhar sobre a escola, numa perspectiva de positivação de seu papel e função, indo dos campos dos dilemas e desafios até o lugar humano dos sonhos e das utopias que existe em cada um de nós.

Iniciando uma conversa:

No percurso do vivido, na tomada de consciência sobre minha própria trajetória enquanto educador tenho percebido a essencialidade da escrita e da comunicação de nossos saberes, de nossas fazeres e de nossas ignorâncias. Aqui me proponho a unir alguns pensamentos em torno da questão da função da escola no tempo presente, percebida como elemento fundamental neste nosso mundo repleto de transformações, de dilemas, de tensões e de desafios.
Hoje, a escola se insere como instituição social relevante aos processos de percepção e assimilação da herança cultural acumulada pela humanidade ao longo de sua evolutiva trajetória. A escola enquanto tempoespaço cotidiano possui importante função social e, por ser dinâmica e viva, deve sempre se propor aos movimentos de transformação, de mudança e melhoria.
Aqui lanço um olhar sobre a escola, criando uma possibilidade à nossa reflexão, dentro de uma perspectiva de positivação de seu papel e função, indo para além dos campos dos dilemas e desafios até o lugar humano dos sonhos e das utopias que existe em cada um de nós.

Dilemas: tomada de consciência.
“Todo dia ela faz tudo sempre igual...”
Chico Buarque de Holanda

Um dos principais dilemas da escola atual é a busca por uma tomada de consciência sobre o porquê das coisas. Dilema que, cotidianamente, se reflete nos fazeres, nos saberes e nas práticas: em muitos lugares, agora, neste momento, existe alguém se perguntando, se questionando porque está fazendo isto ou aquilo. Sabemos que, enquanto sujeitos humanos, só poderemos avançar em qualquer campo de nossas vidas, nos desenvolvermos enquanto humanos e sujeitos quando ampliamos nossas capacidades de reflexão. Esta capacidade de refletir, nos auxilia para o nosso aprimoramento e para o desenvolvimento de nossas competências e habilidades de pensar e de saber, de saber e de fazer e de pensar o saber fazer e fazer pensar.
Refletir criticamente sobre nossas ações e condutas cotidianas no espaçotempo escola é ampliarmos nossos olhares no intuito de, efetivamente, ver melhor, e o dilema maior é esse: buscarmos a construção de novas visões, que transcendam os limites da tradição e que ousem a construção de novas formas de ser e estar atuando em educação, seja esta a educação na escola, na família, nos diferentes espaços sociais onde interagirmos .

Desafios: reinventar a vida.
“A vida, a vida , a vida,
só é possível reinventada”
Cecília Meirelles

Se o dilema que configura neste momento de nossa trajetória atual em educação é o da busca pela construção de novas visões, irmos além dos limites das tradições presentes no cotidiano escolar é condição fundamental. Neste sentido, atuar no processo de construção do próprio projeto político pedagógico da escola é essencial. Essencial porque é no próprio projeto da escola que se define a visão que a escola adota e as diferentes maneiras de trabalhar o currículo educativo, as diferentes possibilidades de estratégias pedagógicas.
Minha aposta vincula-se a Pedagogia de Projetos conforme proposta por Fernando Hernández, onde o cotidiano escolar deve ser espaçotempo de reorganização curricular por projetos, no lugar das tradicionais disciplinas. Hernández acredita que com tais ações a escola pode estabelecer vínculos significativos na relação do sujeito que ensina e no sujeito que aprende, modo capaz de fazer com que haja criticidade no viver a vida em sociedade, no buscar consciente do conhecimento. Para este autor, o espaço vivencial da escola pode, de fato, ser modificado e a escola, em processo de movimento e de transformação, cria um cotidiano inserido numa perspectiva mais inclusiva, mais participativa e dinâmica.
Neste sentido, acredito que investir na formação continuada de educadores é tarefa mestra, condutora de possibilidades de discussão e validação dos fazeres já praticados. Nesta reinvenção do espaço pedagógico, é mister propor espaços de construção coletiva, rodas de discussões, momentos de avaliação do que se está fazendo no espaçotempo da escola, enfim criar ambientes de interação onde os diferentes atores inseridos neste contexto tenham voz e vez, ou seja, voz ativa e vez participativa. Ampliar referenciais teóricos sobre o planejamento participativo também pode subsidiar novas formar de viver os atos de aprender e ensinar. Tais dilemas e desafios nos levam aos nossos sonhos e utopias.
Sonhos e utopias:
“Sei que nada será como está
Resistindo na boca da noite
um gosto de sol”
Milton Nascimento

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
Eduardo Galeano

Sonhos e utopias: é do chão da experiência cotidiana e da prática pedagógica que se deve partir para compreender a escola e a sala de aula. Sonhar com outra escola possível é continuar a discutir, a ler, a participar ativamente de encontros e momentos de continuada formação. É pensar e agir no desejo de fazer a diferença, de algum modo contribuir para que o aprender seja de fato modo de emancipar a humanidade de suas “ignorâncias”.
Sonhar uma outra escola é desejar avançar, é colocar-se em movimento de abertura para o novo, para as dúvidas, para o não-saber. A transformação da escola necessariamente envolve a modificabilidade nas relações, compreendidas como um processo de exercício de diálogo e surgimento de tensões. É no enfrentamento destas tensões que o sonho se constrói, é no encontro com as diversidades que se alicerça possibilidades de concretas transformações.
É preciso tomada de decisão, é preciso posicionamento, para sabermos que somos seres de comunhão, onde nossos movimentos nos caracterizam como sujeitos, humanos, indivíduos e coletividade interagindo de modo a construir o novo. A escola de hoje necessariamente precisa ampliar suas possibilidades empreendedoras, criar mecanismos de respeito às múltiplas inteligências, criar condições para que todos que nela se inserem sejam efetivamente mais felizes e que apostem nos sonhos individuais e coletivos.
Empreender é fazer com que a força do sonho ganhe energia para modificar a realidade, empreender é empoderar os que são destituídos de poder. Empreender é fazer valer o espaço da escola de hoje como forma de conquista de direitos e exercício de uma cidadania ativa, plural e que dignifique os direitos humanos e vivifique os valores humanos.
A escola de hoje precisa encontrar seus caminhos no plural, mas sem esquecer suas singularidades, valorizando o espaço comunitário em seu entorno, reconhecendo-se como instituição privilegiada para a mudança da ordem social imposta. É preciso ocupar espaços, ampliar ações e principalmente, reconhecer que crianças e adolescentes brasileiros precisam sonhar, ter utopias, caminhar no sentido de acreditarem em si mesmas e nos seus potenciais.
Mudar não é tarefa fácil e todos nós sabemos disso, mas o sabor da mudança emerge quando a própria escola se torna espaço vivo, pulsante, em movimento constante. O sonho e a utopia colaboram para a criação de processos e culturas novas. O sonho e a utopia são deflagradores de energias positivas vitais ao ensinar e aprender. Descobertas originais, práticas re-elaboradas, ocupação criativa de espaços e formação de parcerias com instituições e organizações afins, difundem criticamente verdades, ampliam referenciais de vida, socializa saberes e se tornam bases de ações vitais.
Percorrer novos caminhos para a re-significação do espaçotempo escola é construir referências culturais e políticas indispensáveis a uma outra visão de mundo, de um mundo mais justo, ético, fraterno e solidário. Percorrer novos caminhos não é tarefa simples de ser realizada: sempre irão surgir resistências, mas, lembrando nosso eterno Paulo Freire, educar é um ato político e exige que, para a transformação do mundo, o sonho seja vigoroso, pleno de coragem para sua realização. Sonho é aspirar ao desejo de mudança e acreditar que novos modelos de ser e estar em educação são possíveis.
Uma nova escola, hoje, deve saber que aprender a amar é um quinto pilar para a educação do século XXI. Na nossa práxis educativa é preciso a concretude pela qual todos os sujeitos se afirmam no mundo, transformando a realidade objetiva para, ao assim fazer, alterá-la efetivamente, transformando-se a si mesmos.
Para tudo isso, rever a escola de hoje é ação conseqüente, reflexiva e autoquestionadora; rever a escola de hoje é buscar teoria que leva à ação; rever a escola de hoje é transformá-la, é enfrentar os inúmeros desafios presentes nos erros e acertos e, dignamente, reaprendermos a amar . E sobre o amor, termino esta fala, termino este escrito citando um belo trecho de Teilhard de Chardin:

“Algum dia, quando tivermos dominado os ventos,
as ondas, as marés e a gravidade...
utilizaremos as energias do amor.
Então, pela segunda vez na história do mundo,
o homem descobrirá o fogo”


Referencias:

II Congresso Educacional de Bebedouro, São Paulo, ocorrido entre os dias 3, 4 e 5 de setembro de 2005. Realizado pelo Instituto Americano, cuja comissão organizadora foi presidida pelo professor Benedito Guarilha Filho. Homepage do congresso www.congressobebedouro.com.br

BEAUCLAIR, João. Olhar, ver, tecer: a busca permanente da teoria no campo psicopedagógico. In.: Pinto, Silvia Amaral de Mello, (coord.) e SCOZ, Beatriz Judith Lima et al. (orgs.) Psicopedagogia: contribuições para a educação pós-moderna. Editora Vozes, Petrópolis, 2004.

BEAUCLAIR, João. Educação por projetos: desafio ao educador no novo milênio. Publicado no site www.psicopedagogiaonline.com.br

FREIRE, Paulo. Pedagogia dos sonhos possíveis. Editora UNESP, São Paulo, 2001.

Proponho o resgate do aprender a amar como quinto pilar para a educação do século XXI em: BEAUCLAIR, João. Psicopedagogia: trabalhando competências, criando habilidades. Coleção Olhar Psicopedagógico, Editora WAK, Rio de janeiro, 2004.

Postado por: Keyla Lellis Barboza